Prefiro o nome "Louca" e saber das mentiras que me conto e acredito inconscientemente, ao nome "Normal" e cair em ciladas que verdades contadas por mentirosos armam.
Corro labirintos de mim mesma a procura do Eu que me julga. Ah! Quando eu me encontrar apontando meu peito rirei de seu juízo. Brincarei de desenhar meu rosto sereno enquanto estou irada, e pintarei meu olhar doce para o mundo cinza que odeio!
Pulo de mim mesma e vou atrás de mim. Estarei fadada a mim? Condenada a me seguir pra sempre?!?
Então paro e desisto! Decido conhecer essa pilha de facetas. Que decisão árdua...Seguir uma estrada com uma multidão de vozes me guiando.
Em meio a tantas, vejo um rosto infantil. Reconheço a voz que me abre os olhos quando minto para não sofrer. É uma criança inútil e fuxiqueira. Conta meus segredos para mim. Não a desprezo, apenas gostaria que ela se calasse!
Há uma que gargalha sempre. Maldita hiena interna. Ela se parece pouco comigo.
Oh! Viu isso??? É outra moça que tenta me convencer que não é tudo parte de mim. Enquanto essa risada me distrai e me faz brincar em horas críticas, a voz política trabalha para me inocentar de meus vícios.
Tento tomar distância de uma moça exibida, faladeira e insinuante que teima em andar ao meu lado e opinar em tudo. Mas ela quer aparecer e instigar. Quão dissimulada é ela!
Gosto muito dessa faceta que escreve agora. Ela é razoável em julgar, selecionar e falar. Comportada e gentil. Melhor amiga da Dissimulada!
Deixarei de me seguir por hora e sugarei mais dessa caminhada longa!
Espero que não seja dolorido!
"A parcialidade excessiva do indivíduo em relação a si mesmo não mais o ofende e agride, uma vez que ela própria se encarrega de encobrir as pegadas e ocultar os seus vestígios em nossa mente." Eduardo Giannetti, em "Auto Engano"
Bruna Geovanini
Nenhum comentário:
Postar um comentário